Sonny Boy, de Al Pacino
- Alexandre Coslei
- 5 de nov. de 2024
- 1 min de leitura

"Sonny Boy" é um livro de memórias. Al Pacino faz um balanço existencial sobre as próprias escolhas. Há um traço de melancolia que trespassa as páginas. Filho de uma família pobre de Nova York, Pacino se orgulha de ter sobrevivido ao Bronx, mas fica a sensação de que, apesar do sucesso, ele quase não sobreviveu à Hollywood. Com o peso da fama vieram as drogas, o alcoolismo, a fobia social etc. De Hollywood, fica a ideia de uma máquina de moer gente.
Como tantos artistas, guarda uma história familiar de conflitos. A ausência do pai, a mãe depressiva, o amor pelos avós. Culpa-se por não ter amparado mais a própria mãe.
Confessou o medo de comparecer ao evento da primeira indicação do Oscar que recebeu. Decidiu não ir e acredita que pagou um preço pelo ato.
De todos os atores e diretores que cita no livro, ele faz ressalvas somente ao Gene Hackman. Conta que foi tenso trabalhar com Gene e ficou com a impressão de que o veterano ator não gostava dele.
De ator rico, Al Pacino mergulhou na falência após ser engando pelo contador que o assistia. Recuperou-se com a confissão explícita de que se prostituiu como ator, aceitando submeter-se a papéis que antes da falência não cogitaria.
A certa altura da vida, decidiu que não casaria, mas teve filhos e se preocupa com a paternidade.
O tom do livro evoca a necessidade de Al Pacino registrar os seus caminhos e descaminhos, refletir sobre eles, fazer um acerto de contas. É uma viagem pela trajetória de um ator e pelo universo do cinema. Vale a leitura.
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